Este é o alimento justamente repartido, esta é a carne para a fome,
Tanto com o mau como com o bom, com todos marco encontro,
Ninguém será menosprezado ou omitido,
A concubina, o parasita, o ladrão, estão pela presente convidados,
O escravo de grossos lábios está convidado, o sifilítico está convidado;
Não haverá diferença entre os demais.
Esta é a pressão de uma mão tímida, este é o aroma dos cabelos que esvoaçam,
Este é o roçar dos meus lábios nos teus, este é o murmúrio do desejo,
Esta é a profundeza e a altura distantes reflectindo o meu próprio rosto,
Esta é a meditativa fusão de mim próprio, e a saída outra vez.
Achas que tenho algum propósito obscuro?
Sim, tenho, como o têm as chuvas do quarto mês, e o tem a mica sobre as rochas.
Pensas que quero assombrar?
A luz do dia assombra? O pisco-ferreiro madrugador que chilreia nos bosques assombra?
Eu assombro mais do que eles?
Esta é a hora das minhas confidências,
Talvez não as faça a todos, mas a ti farei.
XIX - Walt Whitman
em «Canto de mim mesmo»
terça-feira, dezembro 01, 2009
Esta é a hora das minhas confidências
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1 comentário:
Após esta leitura, só uma palavra.
Soberbo!!!
AP
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