Uma vez refundido, este “Desalento” ganha o título de “A minha Tragédia” em Livro de Mágoas.
Às vezes oiço rir, é ’ma agonia
Queima-me a alma como estranha brasa
Tenho ódio à luz e tenho raiva ao dia
Que me põe n’alma o fogo que m’abrasa!
Tenho sede d’amar a humanidade…
Eu ando embriagada… entontecida…
O roxo de meus lábios é saudade
Duns beijos que me deram n’outra vida!
Eu não gosto do Sol, eu tenho medo
Que me vejam nos olhos o segredo
Que só saber chorar, de ser assim…
Gosto da noite, imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!
Florbela Espanca
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Gosto da noite, imensa, triste, preta
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
FlorBela...
A exprimir o amor e a afeição, faz do verbo uma constante e sem limites.
AP
então? hoje não temos palavras?..
A.
Enviar um comentário