Tinha de ser assim: no mundo de Nadja tudo tomava rapidamente a aparência da assunção e da queda. Mas os meus juízos são a posteriori e é provável que me aventure quando digo que era fatal, que não podia ser de outro modo. Por maiores que fossem o meu desejo e as ilusões que porventura alimentei, é provável que não tenha estado à altura do que ela me propunha. Mas que me propunha ela? Não importa. Só o amor tal como eu o entendo - falo do misterioso, do improvável, do único, do esquivo e indubitável amor -, tal, enfim, como não pode deixar de ser, isto é, a toda a prova, teria permitido aqui a realização do milagre.
em «Nadja» - André Breton
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Nadja
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