quarta-feira, dezembro 29, 2010

A cidade dos outros bate à nossa porta

Uma terrível atroz imensa
Desonestidade
Cobre a cidade

Há um murmúrio de combinações
Uma telegrafia
Sem gestos sem sinais sem fios

O mal procura o mal e ambos se entendem
Compram e vendem

E com um sabor de coisa morta
A cidade dos outros
Bate à nossa porta

Cidade dos Outros - Sophia de Mello Breyner Andresen

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