quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Preparo em silêncio a mesa do jogo

Eu, sabendo que te amo,
e como as coisas do amor são difíceis,
preparo em silêncio a mesa
do jogo, estendo as peças
sobre o tabuleiro, disponho os lugares
necessários para que tudo
comece: as cadeiras
uma em frente da outra, embora saiba
que as mãos não se podem tocar,
e que para além das dificuldades,
hesitações, recuos
ou avanços possíveis, só os olhos
transportam, talvez, uma hipótese
de entendimento. É então que chegas,
e como se um vento do norte
entrasse por uma janela aberta,
o jogo inteiro voa pelos ares,
o frio enche-te os olhos de lágrimas,
e empurras-me para dentro, onde
o fogo consome o que resta
do nosso quebra-cabeças.

Jogo - Nuno Júdice
em «A Fonte da Vida»

4 comentários:

Anónimo disse...

Gostei! Mais um de bom gosto.
Parabéns.

AP

lara disse...

desconta a directa (rais parta o novo acordo que agora não sei se estou a dar erros.... =P) e as três garrafas de "pacha" e a´"valsa de um homem carente" e pronto.........se fosse hoem era tu lol


não escolheria melhor para ler agora

lara disse...

esquece as "comidas" de letras desconto das garrafas emborcadas,,, lol

Anónimo disse...

Good poema!!Great blog!!

http://balapertotarreu.blogspot.com

Frank