Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde
em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde
a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intata, renascida,
para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema.
Não quero ser o último a comer-te - Carlos Drummond de Andrade
segunda-feira, outubro 08, 2007
Pasto de tantos...
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2 comentários:
é mt ressentimento.... dou-te este em troca, mt mais doce:
Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar ?
Carlos Drummond de Andrade
lol... ppl amante do Amor e dos poemas do Carlos!
Concordo com os dois
Vamos Amar... simplesmente AMAR! e a Vida de todos é FELIZ!
Jokas
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