segunda-feira, janeiro 03, 2011

Assim se apagam as ilusões...

O bárbaro pintor borrou,
Com seu pincel sonolento,
A tela dum génio, sua marca
Gravou nela torpemente.

Mas a tinta intrusa, cos anos,
Em escamas velhas se esboroa;
E surge a obra à nossa vista
Na sua beleza de outrora.

Assim se apagam as ilusões
Da minh'alma martirizada,
E nela surgem as visões
Da manhã primeva e clara.


Aleksandr Púchkin
1819

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