Que imagem fabulosa, Hugo. E lembrei-me do longo poema «Trevas» de Lord Byron. Fica um extracto (se gostares, evio-to na íntegra. Bjos T.
(...) Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois, Porém, de uma cidade enorme resistiram, Dois inimigos, que vieram encontrar-se Junto às brasas agonizantes de um altar Onde se haviam empilhado coisas santas Para um uso profano; eles as revolveram E trémulos rasparam, com as mão esqueléticas, As débeis cinzas, e com um débil assoprar Para viver um nada, ergueram uma chama Que não passava de um arremedo; então alcançaram Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram O rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram - Morreram de sua própria e mútua hediondez, Sem um reconhecer o outro em cuja fronte Grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara, O populoso e forte era um informe massa, Sem estações nem árvore, erva, homem, vida, Massa informe de morte – um caos de argila dura. Pararam lagos, rios, oceanos: nada Mexia em suas profundezas silenciosas; Sem marujos, no mar as naus apodreciam, Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem, Dormiam nos abismos sem fazer mareta, Mortas as ondas, e as marés na sepultura, Que já findara sua lua senhoril. Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens Tiveram fim; a Escuridão não precisava De seu auxílio – as Trevas eram o Universo.
3 comentários:
Que imagem fabulosa, Hugo. E lembrei-me do longo poema «Trevas» de Lord Byron. Fica um extracto (se gostares, evio-to na íntegra.
Bjos
T.
(...)
Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,
Porém, de uma cidade enorme resistiram,
Dois inimigos, que vieram encontrar-se
Junto às brasas agonizantes de um altar
Onde se haviam empilhado coisas santas
Para um uso profano; eles as revolveram
E trémulos rasparam, com as mão esqueléticas,
As débeis cinzas, e com um débil assoprar
Para viver um nada, ergueram uma chama
Que não passava de um arremedo; então alcançaram
Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram
O rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram
- Morreram de sua própria e mútua hediondez,
Sem um reconhecer o outro em cuja fronte
Grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara,
O populoso e forte era um informe massa,
Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,
Massa informe de morte – um caos de argila dura.
Pararam lagos, rios, oceanos: nada
Mexia em suas profundezas silenciosas;
Sem marujos, no mar as naus apodreciam,
Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,
Dormiam nos abismos sem fazer mareta,
Mortas as ondas, e as marés na sepultura,
Que já findara sua lua senhoril.
Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens
Tiveram fim; a Escuridão não precisava
De seu auxílio – as Trevas eram o Universo.
brrrrrrr
medo.
Obrigado Teresa. Se não te der trabalho tudo bem. Se tiveres que o passar deixa estar... não fiquei assim tão entusiasmado :) bjo
Filipa: deves ter efectivamente.. se não te começares a portar melhor é onde vais parar... :P
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