segunda-feira, dezembro 01, 2008

Ao meu Partido, último dia do XVIII Congresso do PCP

Deste-me a fraternidade para com o que não conheço.
Acrescentaste à minha a força de todos os que vivem.
Deste-me outra vez a pátria como se nascesse de novo.
Deste-me a liberdade que o solitário não tem.
Ensinaste-me a acender a bondade, como um fogo.
Deste-me a rectidão de que a árvore necessita.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diversidade dos homens.
Mostraste-me como a dor de um indivíduo morre com a vitória de todos.
Ensinaste-me a dormir nas camas duras dos meus irmãos.
Fizeste-me edificar sobre a realidade como uma rocha.
Tornaste-me adversário do malvado e muro contra o frenético.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria.
Tornaste-me indestrutível porque, graças a ti, não termino em mim mesmo.

Ao meu Partido - Pablo Neruda

4 comentários:

Teresa disse...

Olá Hugo

Já leu o «Livro das Perguntas» de Neruda? É uma obra póstuma e foi editado há pouco, também pela Campo das Letras. Estou a tratar dele, para fazer um texto. Enquadrado na temática deste seu blogue, transcrevo estas perguntas:

Porque é que nos tempos sombrios
se escreve com tinta invisível?

***
Quando o preso pensa na luz
ela é a mesma que te ilumina?


Ainda: reeditei no meu blogue um breve texto sobre o «a Terceira Residência»

Um Abraço
TSC

Anónimo disse...

Olá Teresa

Ainda não. Dele, li o Cem Sonetos de Amor, Os Versos do Capitão, o Confesso que vivi, o Uma casa na areia e o Vinte poemas de amor e uma canção desesperada. Tenho ainda - e já li algumas - Odes elementares e o Cadernos de Temuco.

Aguardo a chegada, nos próximos dias, do As uvas e o vento (razão pela qual fui parar ao seu blog enquanto pesquisava informação sobre o livro).

Também li há uns dias algo sobre o "Livro das perguntas" mas nunca o desfolhei sequer. Tal como não desfolhei o A terceira residência.

Gritante é certamente a falha do Canto Geral na minha biblioteca pessoal. Mas é uma questão de tempo.

Obrigado pela visita e pelo comentário.

Abraço,
hb

Teresa disse...

O «Canto Geral» está esgotado, Hugo. Eu tenho a segunda edição, que foi a última, de 1998. E que porte tem este livro de capa dura e sobrecapa, com 660 páginas e um mundo espantoso no interior!!!
A Editora deve estar a pensar numa próxima. Posso saber isso, se quiser.

Outro abraço
TSC

Anónimo disse...

Pois. Eu conheço a edição e algo do livro. Já ofereci um. No entanto, o Canto Geral ainda o encontro em algumas feiras do livro ou num ou noutro site.

Mas já que tem alguns conhecimentos na Campo das Letras agradecia se pudesse saber algo sobre o «Lembra-te! Breve História da União Soviética« de Roger Garaudy. Algo que esgotou há muito e que nunca mais vi.

Obrigado
hb