Não deixes esfriar tua chama!
Minha alma entorpecida aquece,
Volúpia, inferno de quem ama!
Escuta, diva, a minha prece!
Deusa no espaço derramada,
Flama que dentro de nós desperta,
Atende a esta alma enregelada,
Que um brônzeo cântico te oferta.
Volúpia, abre-me a tua teia,
Toma o perfil de uma sereia
Feita de carne e de veludo,
Ou verte enfim teu sono mudo
No vinho místico e disforme,
Volúpia, espectro multiforme!
A Prece de Um Pagão - Charles Baudelaire
terça-feira, janeiro 15, 2008
A Prece de Um Pagão
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