segunda-feira, junho 18, 2007

Fortunas

Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? - Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já devia andar orçado o número de almas que é preciso vender ao diabo, número de corpos que se tem de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo como Sir Roberto Peel, um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro, seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. Almeida Garrett, in Viagens na minha Terra


Por detrás de todas as grandes fortunas, está sempre um crime. Honoré de Balzac

4 comentários:

Anónimo disse...

verdade, mas ?? alternativas ???

Anónimo disse...

verdade, mas ??? alternativas ??!!

Anónimo disse...

verdade, mas !!! Alternativas ??!!

lara disse...

atrevo-me a concluir que após milhares de anos de sociedade, ainda mantemos a pré-histórica visão de sociedade de classes camuflada pela ‘inevitabilidade’ sugerida, sugestionada, induzida, estimulada, disciplinada (doutrinada, mesmo) do capitalismo/imperalismo......

“situações absolutamente sem saída não existem” Lenine

....logo....mais do que nunca......A luta continua!